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O chocolate faz bem ao coração?

O chocolate é uma perdição para muitos. Que faz bem à alma, já todos sabemos. Mas e ao coração, será que traz benefícios ou bem pelo contrário? Neste artigo vamos explorar os efeitos do consumo de chocolate na saúde cardiovascular.

Começando pela sua origem, o chocolate deriva do cacau e existe na nossa sociedade há muito tempo, mais precisamente desde 1.500 a. C. (antes de Cristo). Devemos agradecer aos Maias, no México, por terem começado a usar as sementes da planta do cacau e a usá-lo na alimentação, sob a forma de bebida. Além disso, devemos agradecer aos Espanhóis que o trouxeram para a Europa. E, por fim, aos suíços que, ao misturar leite, criaram o chocolate como o conhecemos hoje em dia.

As características do chocolate

O chocolate é constituído por pó de cacau, manteiga de cacau e açúcar. A este, podem ser adicionados outros ingredientes como, por exemplo, o leite, aroma de baunilha ou frutos secos, como amêndoa, avelã, nozes, uvas passas, entre outros. Existem diversos tipos, sendo os principais: chocolate negro, chocolate de leite e chocolate branco. O que os distingue é precisamente a quantidade de cada um dos ingredientes.

 

Por exemplo: o chocolate negro é feito com pasta de cacau, manteiga de cacau e açúcar, não contendo leite. A quantidade de cacau pode variar entre os 70 e os 85%. E, quanto maior a percentagem de cacau, mais amargo o chocolate se torna. Por outro lado, o chocolate de leite, como o nome indica, tem também leite na sua constituição (leite em pó ou leite condensado), sendo que a percentagem de cacau se situa nos 30% a 40%. E, por fim, o chocolate branco é feito, sobretudo, com manteiga de cacau, leite e açúcar, não tendo cacau na sua constituição.

Os efeitos no organismo

Existem alguns mitos em relação aos efeitos do chocolate na saúde: que melhora o humor em momentos de tristeza, que tem efeitos afrodisíacos, que provoca acne, entre muitos outros. No entanto, a maior certeza é de que o tipo de chocolate mais saudável é aquele que tem a maior percentagem de cacau, ou seja, o chocolate negro. Isto quer dizer que é o que tem menos quantidade de manteiga de cacau e açúcar, logo, de gorduras e hidratos de carbono. Mas é verdade que o chocolate faz bem à saúde?

 

Apesar de não ser consensual, vários estudos científicos dizem-nos que o seu consumo moderado pode trazer vários efeitos bons para o organismo. O mais conhecido é o aumento da sensação de bem-estar, isto porque, liberta vários neurotransmissores (responsáveis pela transmissão de informação entre os neurónios). São exemplos:

 

  • hormonas endorfinas, que diminuem o stresse e a dor e provocam um sentimento de satisfação;
  • serotonina, que transmite uma sensação de felicidade e prazer e chega a ter efeito antidepressivo;
  • feniletilamina, conhecida como a «anfetamina do chocolate», que, ao alterar os valores da pressão arterial e glicose no organismo, conduz a uma sensação de excitação e aumento do estado de alerta;
  • dopamina, que também provoca sensação de bem-estar.

 

O cacau tem também uma acção estimulante no organismo, ao conter teobromina, uma substância da família da cafeína, que ajuda a despertar e na concentração.

 

Efeitos do chocolate no sistema cardiovascular

Está também comprovado que o chocolate apresenta propriedades cardioprotetoras. Isto deve-se ao facto de o cacau possuir flavonóides, que têm propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias. Também podemos obter flavonóides a partir da ingestão de outros alimentos, como o chá verde, o vinho, as frutas e os vegetais. No entanto, os flavonóides do cacau têm efeitos específicos, tais como:

 

  • Pela sua ação vasodilatadora, ao dilatarem os vasos sanguíneos, melhoram a circulação sanguínea e podem reduzir a pressão sanguínea;
  • Impedem a deposição de gordura nas artérias, prevenindo a aterosclerose;
  • Diminuem a tendência à agregação plaquetária, ou seja, previne a formação de coágulos sanguíneos;
  • Elevam o colesterol HDL (o colesterol «bom») e reduzem o LDL (o colesterol «mau»), dado que aumentam os níveis de apolipoproteína A1 (constituinte do HDL) e diminuem a apolipoproteína B (principal constituinte do HDL) no fígado e no intestino;
  • Pelo seu efeito antioxidante, retardam o envelhecimento celular, ao combater os radicais livres.

 

Todos estes efeitos traduzem-se em benefícios ao coração, pelo que podemos dizer que o consumo de chocolate promove a saúde cardiovascular. Mas atenção, o chocolate rico em cacau.

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Mas, falemos de quantidades…

 

No entanto, tudo depende da quantidade. O consumo diário recomendado depende das características de cada pessoa, sendo razoável uma ingestão entre as 10 e 25 gramas, ou seja, cerca de 1 a 2 quadradinhos de uma tablete de chocolate negro por dia. É importante salientar que a ingestão de chocolate deve estar associada a uma alimentação equilibrada, completa e diversificada e a um estilo de vida ativo.

 

Por outro lado, o consumo excessivo traz malefícios à saúde, que anulam quaisquer benefícios que uma ingestão moderada de chocolate possa trazer. O chocolate é um alimento muito calórico, sendo que o açúcar e a gordura da manteiga de cacau que dele fazem parte, ao serem ingeridos em excesso, contribuem para a obesidade, diabetes, aterosclerose e doenças cardiovasculares.

 

Assim, podemos concluir que, por si só, o chocolate não é um «remédio» para as doenças do coração. No entanto, em quantidades moderadas, pode ser um complemento interessante a uma alimentação e estilo de vida saudáveis, ajudando a proteger a saúde do seu coração, ao mesmo tempo que o faz sentir-se bem.

 

Por fim, junte-se à comunidade Cardio 365º!

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