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Porque adoecem os mais jovens do coração

O excesso de peso e baixos índices de atividade física podem ser os culpados pelo aparecimento de problemas cardiovasculares em pessoas com menos de 40 anos, sobretudo insuficiência cardíaca e acidente vascular cerebral (AVC).

As doenças cardiovasculares são mais comuns a partir dos 50 anos. No entanto, têm-se verificado mais casos em pessoas abaixo dos 40, apesar de não ser uma subida muito significativa. Esta foi a conclusão a que chegaram investigadores da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, que, durante 20 anos, monitorizaram a saúde de 1 milhão, duzentos e cinquenta mil jovens do sexo masculino a partir dos 18 anos, nascidos entre 1971 e 1995. A culpa. diz o estudo publicado no Journal of Internal Medicine, é do excesso de peso e do sedentarismo. Mudar o estilo de vida é a solução, garantem os cientistas.

Porque adoecem os mais jovens do coração

Insuficiência cardíaca e AVC

 

A equipa liderada por David Aberg, professor do Departamento de Medicina Interna e de Nutrição Clínica do estabelecimento de ensino referido acima realça que houve um incremento de casos de insuficiência cardíaca de 69%, bem como de AVC. Em contrapartida, houve uma descida do número de enfartes de 43% e um decréscimo do número de mortes por este tipo de enfermidades.

 

Apesar de as doenças cardiovasculares serem a principal causa de morte em todo o mundo, no relatório do estudo, lê-se que «houve uma diminuição acentuada das doenças coronárias em muitos países europeus, não apenas devido à diminuição do nível de tabagismo, maior controlo da pressão arterial e do colesterol na população, mas também devido às intervenções médicas. Mas, simultaneamente, relataram-se taxas crescentes de insuficiência cardíaca em segmentos mais jovens da população, o que supostamente pode estar associado ao aumento das taxas de obesidade em todo o mundo». Esta mesma investigação sublinha que, em 25 anos, assistiu-se a um aumento de peso de mais de 5% e o número de pessoas obesas passou de 1 em 100 para 3.

 

IMC e aptidão aeróbia

 

Em resumo, os quilos a mais, uma alimentação deficitária e os escassos índices de atividade física são os «ingredientes» que podem explicar esse ligeiro aumento das doenças cardiovasculares num grupo etário mais jovem. Em causa não está só a adoção de hábitos alimentares desequilibrados, mas também a inatividade física. Esta está associada a um «maior índice de massa corporal, bem como a uma redução da aptidão aeróbia ou cardiorrespiratória, fatores que também contribuem para a incidência e mortalidade devido às doenças cardiovasculares». Neste âmbito ainda, os investigadores alertam para o facto de que, com o confinamento, os problemas cardiovasculares em idades mais jovens poderem aumentar ainda mais, embora só o futuro possa comprová-lo. Além de tudo isso, há ainda a preocupação com as sequelas deixadas pela COVID-19 no coração.

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COVID-19 e doenças cardio segundo um especialista

Estilo de vida

 

Convém lembrar que os principais fatores de risco para as doenças cardiovasculares são o sedentarismo, o tabagismo, o colesterol elevado, a hipertensão arterial, a diabetes e a obesidade. Muitos destes fatores de risco encontram-se diretamente relacionados com os hábitos alimentares e com o sedentarismo, sendo, por isso, essencial e urgente a prática de um plano alimentar equilibrado e de atividade física na prevenção destas doenças, avança o estudo.

 

Não é novidade para ninguém que o consumo excessivo de sal está associado a um aumento da pressão arterial e o colesterol sanguíneo elevado relacionado com uma maior dificuldade ao nível da circulação do sangue. Portanto, a ingestão de alimentos demasiado gordos, doces ou salgados tem de ser esporádica e não diária em qualquer idade.

 

Já no que diz respeito ao exercício físico, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC) aconselha pelo menos 75 minutos por semana, se for intenso, e 150 minutos por semana, caso seja moderado.

 

É preciso vigiar

 

Novas descobertas associadas às doenças cardiovasculares que podem ajudar a diagnósticos mais precoces.

 

A diabetes e a apneia do sono

Quem dorme pouco e/ou mal devido à apneia noturna, que diminui os níveis de oxigénio no coração e no cérebro, tem um maior risco de desenvolver uma doença cardiovascular. Se juntarmos a isso a diabetes, o perigo é ainda maior, pois esta doença metabólica só por si já duplica a probabilidade de se ter problemas cardiovasculares. Tudo isto está bem explícito numa investigação publicada no Journal of Sleep Research e realizada nas universidades de Northwestern, nos Estados Unidos da América, e de Surrey, no Reino Unido. Para chegar a esta conclusão, os cientistas analisaram 500 mil pessoas. A grande recomendação que os cientistas fazem aos médicos é que estejam atentos ao sono dos seus doentes.

 

Os genes e o aneurisma

Uma equipa de investigadores da Universidade do Michigan, nos Estados Unidos da América, descobriu que pode haver predisposição genética na causa dos aneurismas da aorta abdominal, que resultam de uma fraqueza estrutural da parede arterial, sendo a sua causa mais frequente a aterosclerose. Os genes juntam-se, assim, a outros fatores de risco como a idade, o tabagismo e a hipertensão. De acordo com este estudo, o gene JMDJD3 age como agente inflamatório das paredes das artérias. O aneurisma da aorta abdominal acontece geralmente quando a dilatação é superior a 3 cm.

 

Por fim, junte-se à comunidade Cardio 365º!

Referências
  • Revista Saber Viver

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