Quais os benefícios do peixe?
Sabe que o consumo de peixe traz inúmeros benefícios para a sua saúde? Conheça de que forma o peixe contribui para a saúde do seu coração e diminuição do risco de doenças cardiovasculares.
É vulgar ouvir-se dizer, sobre os seus benefícios, que comer «peixe não puxa carroça», desvalorizando talvez o seu valor nutricional numa refeição principal. Estudos comprovam que, na população portuguesa, a ingestão de peixe é inferior à de carne. Apesar disso, somos dos países europeus que mais peixe incluem na sua dieta.
Neste artigo, descubra os benefícios do peixe na promoção da saúde e qualidade de vida e na prevenção de doenças cardiovasculares.
O que tem o peixe de bom para a saúde?
São geralmente classificados como:
- Os peixes magros, habitualmente de águas profundas, com menor quantidade de gordura e com coloração branca (bacalhau, carapau, corvina, dourada, robalo, salmonete, tamboril, solha, tainha).
- Os peixes gordos, de águas superficiais, que acumulam gordura no seu tecido muscular, pois viajam longas distâncias, e apresentam uma coloração mais escura (arenque, atum, cherne, espadarte, lampreia, moreia, peixe-espada, salmão, sarda, sardinha, cavala, truta).
O peixe é um alimento muito rico, sendo uma fonte de gorduras insaturadas («gorduras boas»), de proteínas de fácil digestão e de vitaminas (A, D, B12), bem como de fósforo, iodo, ferro e selénio. É também uma fonte importante de ácidos gordos, como o ómega-3, essencial na estrutura das células, e que possui importantes propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes.
Benefícios bem reais
Por apresentar estes constituintes, consumir peixe permite:
- combater o stresse e a depressão;
- melhorar a memória e a concentração, bem como prevenir doenças neurodegenerativas, como a Doença de Alzheimer;
- conferir proteção contra processos inflamatórios vasculares;
- aliviar sintomas de artrite e outras doenças inflamatórias;
- melhorar a visão;
- combater o envelhecimento e proteger a pele contra os raios solares;
- fortalecer os ossos e dentes – a vitamina D promove a absorção de cálcio pelos ossos, prevenindo o seu desgaste e, consequentemente o aparecimento de osteoporose;
- fortalecer o sistema imunitário.
Comer peixe faz bem ao coração
Estudos científicos comprovam que a ingestão de peixes ricos em ómega-3 tem um efeito protetor especialmente no que toca às doenças cardiovasculares, reduzindo o risco de desenvolvimento de doenças como:
- Enfarte agudo do miocárdio.
- AVC – acidente vascular cerebral.
- Insuficiência cardíaca.
- Fibrilhação auricular.
- Angina de peito.
Relembramos que as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte em Portugal e no Mundo. Então, a American Heart Association recomenda a ingestão de peixe, preferencialmente gordo, 2 a 3 vezes por semana.
Prevenção do risco cardiovascular
Ao fazê-lo, vai estar a combater o risco cardiovascular através de diferentes mecanismos, entre os quais:
- Aumentar o colesterol «bom» (HDL) e reduzir o colesterol «mau» (LDL) e os níveis de triglicéridos – a dislipidemia é um fator de risco cardiovascular. Desta forma, está a prevenir a formação de placas de gordura nos vasos sanguíneos (aterosclerose). Pois a circulação do sangue nos vasos faz-se mais facilmente e com menor esforço do coração.
- Reduzir o risco de arritmias cardíacas, como a fibrilhação auricular. As arritmias permitem a formação de coágulos de sangue, que podem provocar, por exemplo, o enfarte ou o AVC. Por outro lado, podem também levar a insuficiência cardíaca, por diminuir a eficiência do coração.
- Proteger os vasos sanguíneos de danos causados por inflamação e oxidação das células, que podem conduzir a doenças cardíacas.
- Reduzir ligeiramente a pressão (tensão) arterial, prevenindo a hipertensão arterial, que se constitui um importante fator de risco para desenvolver doenças cardiovasculares.
Em termos de benefícios para o coração, todo o peixe é igual?
Apesar de o termo «peixes gordos» parecer «menos saudável» são precisamente estes os mais ricos em ómega-3 e, por isso, os mais saudáveis (salmão, sardinha, arenque, cavala, truta). A chave está em consumi-los mais frequentemente. Existem outros peixes que contêm ómega-3, embora em menor quantidade, como a dourada e o robalo.
Mas é importante variar os peixes de forma a não se cansar. Os peixes magros, por exemplo, não contêm muito ómega-3 mas também são ricos e vitaminas e proteínas, pelo que são excelentes escolhas para diversificar as suas refeições.
Tenha em atenção os grandes peixes predadores (como o tubarão ou o espadarte), que podem eventualmente conter pequenas quantidades de mercúrio, um metal pesado que é considerado tóxico para o organismo.
É importante referir que só estará a usufruir plenamente dos benefícios do peixe quando a forma de o cozinhar for igualmente saudável. Evite fritar o peixe. Cozinhe-o com uma gordura saudável ou sem gordura, no forno, grelhado ou cozido, por exemplo. Lembre-se que para uma alimentação equilibrada deve acompanhar o peixe com verduras ou legumes, de forma a aumentar o valor nutricional da refeição. Aposte na variedade e na criatividade ao incluir o peixe na sua alimentação! Estará, desta forma, a proteger o seu coração!
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Associação Portuguesa de Nutrição
American Heart Association
Fundação Portuguesa de Cardiologia