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A menopausa e as doenças do coração

A menopausa é um processo natural do envelhecimento. Mas com as alterações hormonais, vêm muitas vezes algumas complicações. Algumas delas cardiovasculares!

Período que assinala o fim da fertilidade da mulher, a menopausa corresponde ao fim das menstruações espontâneas e é, normalmente, confirmada após 12 meses consecutivos sem qualquer período menstrual. Ao atingi-la, as alterações hormonais conduzem a um maior risco cardiovascular.

A fisiologia da menopausa

A menopausa é um processo biológico natural da vida da mulher que, no mundo ocidental, a atinge por volta dos 50 anos embora possa ocorrer entre os 40 e os 58. No entanto, alguns casos acontecem muito precocemente, perto dos 30, e outros, mais tardiamente, por volta dos 60 anos. Porém, estima-se que, na população portuguesa, a menopausa espontânea ocorra pelos 48 anos.

 

Embora se trate de um processo relacionado com a idade existem, contudo, vários fatores que podem influenciar o seu aparecimento precoce como o tabagismo, a ausência de gravidezes, a exposição a químicos tóxicos, os antidepressivos e a epilepsia. Já a ocorrência de várias gravidezes, o excesso de massa corporal e o elevado QI na infância estão intrinsecamente ligados ao aparecimento mais tardio da menopausa. A genética pode, também, ser importante neste processo. Tratamentos de radioterapia e quimioterapia, uma falência ovárica prematura, na qual a mulher para de produzir hormonas antes dos 40 anos, tabagismo e hipotiroidismo, são outras causas para a menopausa mais precoce.

Menopausa, como se processa e quais os sintomas

No entender da Hormone Health Network, a menopausa não é mais do que a redução da atividade dos ovários que deixam de libertar óvulos mensalmente ao mesmo tempo que os estrogénios começam a ser produzidos em menor quantidade. Primeiro surgem as irregularidades menstruais, que podem durar vários anos. Os ciclos tornam-se mais curtos, mas mantêm alguma regularidade. Numa fase posterior, tornam-se irregulares, com ciclos de duração variável. A ausência definitiva de menstruação normal surge ao fim de algum tempo, quando se dá a falência ovárica.

 

Os sintomas que ocorrem nesta fase resultam, fundamentalmente, da carência de estrogénios. Os afrontamentos e suores são as queixas mais comuns e tendem a ser mais intensos nos dois primeiros anos. Os primeiros manifestam-se como uma onda de calor que atinge principalmente a metade superior do corpo seguida, após alguns minutos, por suores frios. Nem previsíveis, nem controláveis, a sua frequência vai aumentando e pode, até, associar-se a vertigens.

 

Sintomas menos conhecidos

 

A menopausa interfere também na higiene do sono traduzindo-se numa maior dificuldade em adormecer e/ou em manter a continuidade do sono e no aparecimento de insónias. O trato genito-urinário pode, também, apresentar alterações como atrofia da mucosa vaginal com secura que pode provocar irritações e dores associadas às relações sexuais. Aliás, a tendência para infeções urinárias também aumenta.

 

Já mais tarde, podem ocorrer sintomas da menopausa a nível cerebral, cutâneo, articular, cardiovascular, ósseo e no peso. Uma maior incidência da doença de Alzheimer e de acidentes vasculares cerebrais. Uma menor elasticidade da pele, com o aparecimento mais intenso de rugas. Queixas articulares mais frequentes, sobretudo nas mãos. Maior incidência de enfarte agudo do miocárdio nas mulheres a partir dos 50 anos. Aumento da ocorrência de osteoporose. E aumento de peso. A diminuição dos níveis de estrogénio pode, ainda, aumentar o risco de doenças da retina, glaucoma e cancro do cólon.

 

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Como controlar os sintomas

Algumas mulheres conseguem tolerar os sintomas da menopausa sem grande desconforto pelo que não se torna necessário avançar com qualquer tipo de tratamento, acabando os mesmos por desaparecerem por si. No entanto, o seu controlo passa pelo uso de contracetivos de baixa dosagem. Estes vão diminuir os afrontamentos, a secura vaginal e as alterações de humor. Além dos tratamentos hormonais existem, ainda, outros tipos de medicamentos que controlam os sintomas, mas devem ser sempre submetidos a uma avaliação clínica. Alterações comportamentais quer no estilo de vida, praticando exercício físico e reduzindo os níveis de stresse, quer na alimentação, são estratégias a adotar que permitem aliviar os sintomas.

Menopausa e o coração

À medida que a idade avança, a probabilidade de desenvolver doenças cardíacas aumenta. De acordo com o jornal digital norte-americano Medical News Today, no mundo ocidental, a principal causa de morte nas mulheres prende-se, mesmo, com a doença coronária. Ao atingir a menopausa, as alterações hormonais conduzem a um maior risco cardiovascular devido, por um lado, ao elevado nível de gordura no sangue. E, por outro, ao consequente aumento da pressão arterial.

 

Já a American Heart Association defende que o declínio acentuado dos níveis de estrogénio no corpo feminino, após a menopausa, poderá ajudar a explicar o aumento de casos de mulheres com doenças cardiovasculares. Mas, na fase da menopausa, existem, ainda, outros fatores de risco que podem causar danos ao coração. O aumento do «mau colesterol» e a diminuição do «bom colesterol», os elevados níveis de triglicéridos, o aumento da pressão arterial, uma alimentação rica em gorduras, o tabagismo e um estilo de vida sedentário. O histórico familiar tem, também, importância. 

 

De forma a contrariar esta tendência e ajudar a reduzir o risco de doença cardiovascular deverá adotar alguns comportamentos. Em suma:

 

  • Desde logo, deixar de fumar. O tabagismo pode, até, contribuir para uma menopausa precoce, aumentar o risco de coagulação sanguínea, diminuir a flexibilidade das artérias e dos níveis do tal colesterol bom.
  • Praticar com regularidade uma atividade física como caminhar ou nadar.
  • Se for caso disso, aderir a um programa de perda de peso acompanhado por um nutricionista e tentar incluir na alimentação carnes brancas, fruta, vegetais e laticínios com baixo teor de gordura.
  • Monitorizar regularmente o colesterol, a pressão arterial e os níveis de glicose no sangue e não descurar os exames de rotina ao coração.
Referências
  • American Heart Association

  • Medical News Today

  • Hormone Health Network

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