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Viver a gravidez com doença cardiovascular

A gravidez é uma fase em que o organismo da mulher está sujeito a adaptações importantes e que requer um cuidado especial com a saúde. E, no caso de mulheres com doença cardiovascular, o cuidado deve ser redobrado. Saiba quais as principais questões caso sofra de doença cardiovascular e esteja a pensar engravidar ou caso esteja grávida.

A maioria das mulheres com problemas cardiovasculares passa uma gravidez sem problemas. No entanto, devem estar cientes de que, ao contrário das gestantes sem esse tipo de problemas, têm um maior risco de sofrer complicações obstétricas. Estas são, por exemplo:

 

  • parto prematuro
  • pré-eclâmpsia
  • sangramento pós-parto (estimado em 4 a 30% dos casos)

 

Isto acontece porque a gravidez traz um stresse adicional sobre o coração e pode piorar as doenças cardíacas. Ao mesmo tempo, o tratamento das doenças cardiovasculares pode ter limitações devido aos riscos fetais.

Viver a gravidez com doença cardiovascular

De acordo com as diretrizes da European Society of Cardiology, as mulheres com doença cardiovascular que desejam engravidar precisam de aconselhamento e avaliação de risco pré-gestação. As mulheres avaliadas com risco de complicações moderadas a altas devem ser acompanhadas por uma equipa, incluindo um cardiologista, obstetra, ginecologista e anestesista. Esta avaliação é crucial, pois a doença cardiovascular é a principal causa de morte materno-fetal durante a gravidez.

 

Além disso, de acordo com a American Heart Association (AHA), o tratamento e a medicação da mulher com doença cardiovascular tem que ser reavaliada durante a gravidez.

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O que são as doenças cardiovasculares?

Gravidez e hipertensão

 

As alterações da pressão arterial são normais durante a gravidez. Por isso, deverá ser monitorada de perto. Além disso, saiba que as complicações mais comuns durante a gravidez estão relacionadas com pressão arterial elevada. A pré-eclâmpsia (definida como pressão arterial sistólica > 140 mmHg ou pressão arterial diastólica > 90 mmHg) em mulheres após 20 semanas de gestação pode levar a complicações graves. Como, por exmemplo, disfunção hepática ou renal, dores de cabeça, alterações na visão e sobrecarga de fluidos nos pulmões. A pré-eclâmpsia também é um fator de risco para parto prematuro e cesariana.

 

Gravidez e estilo de vida saudável

 

Durante a gravidez, é aconselhável que as mulheres com doença cardiovascular evitem ganho de peso em excesso. Além disso, é fundamental minimizar as fontes de stresse e garantir um descanso frequente, para reduzir o esforço do coração. São ainda ferramentas importantes tentar manter uma dieta saudável, fazer exercícios moderados (sobretudo caminhadas, cessar os hábitos tabágicos e  evitar o álcool.

E no parto? O que esperar?

As diretrizes da European Society of Cardiology (ESC) aconselham que as gestações não excedam as 40 semanas. Após 40 semanas de gestação, não há benefícios adicionais para a saúde do bebé. Pelo contrário, pode haver stresse adicional e desnecessário ao coração. Assim sendo e de acordo com estas recomendações, aconselha-se a indução do parto ou a cesariana, caso a mulher não entre espontaneamente em trabalho de parto. 

 

É aconselhado preparar um plano de parto detalhado até as 20-30 semanas, especificando o quadro de saúde da gestante, a via de parto desejada  e recomendações acerca do uso de epidural. De uma forma geral, o parto vaginal é o mais recomendado porque existem riscos associados à cesariana. Da mesma forma, a epidural é indicada pois reduz o esforço do coração – mas cada gestação deve ser avaliada individualmente. A existência de um plano de parto detalhado faz com que a equipa do hospital tenha todas as informações para tomar as melhores decisões.

 

Por fim, é recomendado que o acompanhamento médico continue após o parto (idealmente por 1 ano) para avaliar a recuperação da mulher e a existência de eventuais sequelas para a saúde do coração.

 

Por fim, junte-se à comunidade Cardio 365º!

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