O que é a doença arterial periférica?
A doença arterial periférica, além de uma doença das artérias, é um importante marcador de risco cardiovascular. Venha descobrir mais sobre esta doença, quais os sintomas e como se trata.

A doença arterial periférica é uma doença do sistema vascular, e refere-se à existência de obstrução ou estreitamento das artérias dos membros, sendo mais frequente nas pernas. No entanto, o seu aparecimento e progressão podem ser evitados com as medidas certas!
O que causa doença arterial periférica?
A principal causa é a aterosclerose. A aterosclerose está na origem de várias doenças cardiovasculares, dependendo das artérias do corpo que afeta.
O que é a aterosclerose?
A aterosclerose consiste no endurecimento e estreitamento das artérias, devido ao depósito de gordura e células inflamatórias nas suas paredes. Dessa acumulação acabam por se formar placas, chamadas de ateromas. São estas que estão na origem do estreitamento do lúmen arterial (isto é, o espaço por onde corre o sangue). As artérias mais afetadas são as artérias do coração, do cérebro e dos membros inferiores. Quando estas últimas são afetadas, estamos perante um caso de doença arterial periférica.
A existência de doença arterial periférica é, por si só, um marcador de aterosclerose generalizada. As pessoas com doença arterial periférica possuem um risco de mortalidade cardiovascular de 12%, superior ao da população geral. Por este motivo o diagnóstico atempado é importante para evitar a progressão da doença.
Quais os fatores de risco?
Os fatores de risco para doença arterial periférica incluem, sobretudo, os que levam ao aparecimento de aterosclerose, entre eles:
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Tabagismo
Está provado que o tabagismo está intimamente ligado ao desenvolvimento de doença arterial periférica. Existe inclusivamente relação entre o número de cigarros fumados por dia e a gravidade da doença. Deixar de fumar é um passo essencial para evitar complicações da doença arterial periférica. Além disso, fumar contribui para o aparecimento de muitas outras doenças.
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Diabetes mellitus
A diabetes é um importante fator de risco e está ligada às complicações mais graves da doença arterial periférica. Pode levar a isquemia com necessidade de amputação. A claudicação intermitente é também mais frequente nos diabéticos.
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Outros fatores de risco
Sendo o tabagismo e a diabetes os dois fatores mais importantes, a hipertensão arterial, a dislipidemia e a insuficiência renal crónica são outros fatores de risco a considerar.
Todos estes fatores de risco são controláveis. Para diminuir o risco de vir a desenvolver doença arterial periférica, é essencial manter-se sem fumar, ter a diabetes, a tensão e os níveis de colesterol controlados. Além disso, deve ter consultas regulares com o seu médico assistente.
A idade também é um fator de risco para doença arterial periférica, bem como o sexo feminino e afro descendência. No entanto, ao contrário dos anteriores, são fatores de risco não modificáveis.
Como se manifesta?
A doença arterial periférica pode manifestar-se de várias maneiras. Na verdade, até 50% das pessoas são assintomáticas, sem qualquer manifestação. Por outro lado, cerca de 35% acaba por ter claudicação intermitente ou dor atípica nos membros inferiores.
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Claudicação intermitente
A claudicação intermitente é um sintoma característico. Ocorre quando o sangue que chega às pernas não é suficiente para irrigar todos os músculos. Por isso, manifesta-se após o esforço, como uma curta caminhada, com uma sensação de cãibra nos gémeos (grupo muscular mais frequentemente afetado).
É muito frequente que quem sofra de claudicação intermitente se sinta obrigado a parar quando anda a pé e só consiga retomar depois de uma pausa.
A claudicação intermitente possui outras causas possíveis, pelo que a sua origem deve ser sempre estudada junto do seu médico assistente.
À medida que a doença progride, a claudicação vai-se tornando cada vez mais incapacitante. Em casos mais graves, pode ocorrer isquemia (isto é, um período de ausência de fluxo sanguíneo) severa dos membros, levando à formação de úlceras e, no pior cenário, à sua amputação.
Diagnóstico
O diagnóstico pode ser feito através do exame objetivo, sem ser necessário recorrer a exames de imagem. Para diagnosticar doença arterial periférica, determinamos o Índice Tornozelo-Braço. Para isso, a pessoa deve estar deitada. É medida a pressão arterial sistólica do tornozelo e, depois, divide-se esse valor pela pressão arterial sistólica do braço.
O normal é ser de 1 ou 1,1. Quando é inferior a 0,9 faz-se o diagnóstico de doença arterial periférica. Abaixo de 0,5 significa um estado grave da doença. Quando há dúvidas, o eco doppler arterial é eficaz para fazer o diagnóstico, pois é um método não invasivo e que não usa radiação.
É possível tratar?
O seu médico pode optar por iniciar uma medicação, mas sabe-se que o pilar do tratamento é o controlo dos seus fatores de risco. Como tal, para evitar o seu aparecimento ou, por outro lado, evitar a doença grave, deve:
- Parar de fumar se for fumador;
- Manter uma alimentação equilibrada, pobre em sal e gorduras, rica em fibras vegetais;
- Manter-se ativo!
Se faz medicação para a diabetes, o colesterol alto ou a hipertensão, deve cumprir com rigor e ser avaliado regularmente em consulta médica (pelo menos, duas vezes por ano).
Apesar de raramente necessário, em fases mais avançadas da doença, nas quais há um grave compromisso vascular, a cirurgia pode ser uma opção.

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