Vamos descodificar a arritmia cardíaca
55% da população portuguesa entre os 18 e os 79 anos apresenta 2 ou mais fatores de risco para o seu desenvolvimento. Fique a saber o que faz o coração estar fora do ritmo.

Ao batimento cardíaco anormal chamamos arritmia cardíaca. Segundo a Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC), estas podem manifestar-se por alterações da frequência com que se dá o batimento cardíaco, ou mais rápida ou mais lenta, ou por alterações da regularidade com que esse batimento cardíaco ocorre. «Quando o coração não bate corretamente, não consegue bombear o sangue com eficácia, fazendo com que os pulmões, o cérebro e todos os outros órgãos não funcionem adequadamente, podendo desligar-se ou serem danificados», especifica a American Heart Association (AHA). Algumas arritmias são consideradas benignas, mas outras podem, até, ser fatais, originando morte súbita.
Os tipos de arritmia cardíaca
Os médicos classificam as arritmias não apenas pela sua origem (átrios ou ventrículos), mas também pela velocidade da frequência cardíaca que causam. «A taquicardia refere-se a um batimento cardíaco rápido, com uma frequência cardíaca em repouso superior a 100 batimentos por minuto. A bradicardia refere-se a um batimento cardíaco lento com uma frequência cardíaca em repouso inferior a 60 batimentos por minuto», concretiza o site da Mayo Clinic.
A arritmia sinusal respiratória pode ocorrer na criança ou no jovem e é uma situação totalmente normal, garante o site do SNS 24. A extrassístole é uma arritmia que se caracteriza por batimentos precoces que ocorrem mais cedo no ciclo cardíaco. Estas arritmias são frequentes na população e, na grande maioria das vezes, são benignas. A taquicardia sinusal caracteriza-se pelos batimentos acima de 100 por minuto, enquanto a taquicardia ventricular mantida caracteriza-se por batimentos rápidos ao nível dos ventrículos, que pode culminar na fibrilhação ventricular, com paragem cardíaca ou morte súbita.
A fibrilhação auricular é uma arritmia que se manifesta por batimentos cardíacos rápidos e irregulares. «Nestes casos pode ocorrer uma espécie de “curto circuito” nas aurículas, que perdem a capacidade de contraírem normalmente. O coração em fibrilhação auricular não funciona de forma adequada, torna-se menos eficaz e apresenta o risco de formação de coágulos no seu interior. Estes coágulos podem libertar-se para a circulação sanguínea e dar origem a um acidente vascular cerebral (AVC), a principal complicação desta arritmia», refere a mesma fonte.
Fatores de risco e sintomas
Estando a maioria das arritmias associadas à doença cardiovascular, os principais fatores de risco passam pelos níveis elevados de colesterol, tabagismo, diabetes, hipertensão arterial, obesidade, sedentarismo e aterosclerose. Segundo dados do site SNS24, 55% da população portuguesa entre os 18 e os 79 anos apresenta 2 ou mais fatores de risco.
Já entre os sintomas comuns podemos encontrar o aumento ou diminuição da frequência do batimento cardíaco, palpitações, dor no peito e dificuldade na respiração. De sublinhar que quando as arritmias afetam a capacidade do coração de bombear o sangue, podem causar também enjoos, tonturas e desmaios.
Prevenção e tratamento
«É possível prevenir as arritmias na medida em que a prevenção da doença cardiovascular reduz também a ocorrência da maioria das arritmias», defende a Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC). O seu tratamento depende do tipo de arritmia e da sua gravidade. Mas, em geral, as terapêuticas dividem-se em:
- medicamentos antiarrítmicos, para arritmias com frequência cardíaca rápida;
- estimulação do ritmo cardíaco (através de um pacemaker, sistema de estimulação implantado sob a pele abaixo da zona clavicular para controlar e promover os batimentos cardíacos), para arritmias com frequência cardíaca lenta;
- aplicação de choque elétrico, para arritmias com frequência cardíaca rápida, sob sedação/anestesia;
- ablação por cateter, aplicação de energia (radiofrequência ou crioenergia) no interior do coração, para terminar ou modificar a arritmia.
E quais as causas mesmo?
Em conformidade com a Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC), as arritmias podem ser de causa primária e/ou secundária. As primeiras têm origem nas células cardíacas responsáveis pela condução do impulso elétrico, não existindo doença do músculo cardíaco, das artérias coronárias nem das válvulas cardíacas. Algumas destas arritmias podem ser de origem congénita/ genética.
Já as de causa secundária têm origem numa doença do coração subjacente. São exemplo doença coronária (enfarte do miocárdio agudo ou antigo), a dilatação das cavidades cardíacas, a doença valvular, o alcoolismo, o uso indevido de drogas, entre outras.

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Revista pH