Tenho problemas de coração, posso dar sangue?
Quer dar sangue e tem problemas de coração? Neste artigo vamos esclarecer todas as suas dúvidas em relação a este assunto.
Cada vez mais pessoas manifestam o desejo de ajudar os outros através da dádiva de sangue. No entanto, existem alguns problemas cardíacos que os impedem de o fazer.
Além disso, nessa hora surgem algumas dúvidas. Vamos tentar ajudar!
10 perguntas e respostas
Vou dar sangue. Quais são os meus deveres?
O dador deve formalizar o seu consentimento para a dádiva por escrito (preenchimento do consentimento informado) e deve responder com verdade, consciência e responsabilidade às questões que lhe são colocadas. Desta forma, pretende-se garantir a sua saúde e do recetor/doente, preservando também a qualidade e segurança do componente doado.
Já dei sangue este ano. Posso repetir a dádiva?
Sim. Pode repetir a dádiva sem qualquer inconveniente para a sua saúde e bem-estar desde que sejam respeitados os intervalos definidos entre as dádivas.
Os homens podem fazê-lo 4 vezes por ano e as mulheres 3 vezes por ano, com um intervalo mínimo de 2 meses entre as dádivas.
Estou a tomar medicação para o colesterol. Posso dar sangue?
Apesar do colesterol aumentado ser um fator de risco para doenças cardíacas, a medicação para o colesterol não é impedimento para a dádiva de sangue, desde que se sinta bem.
Não sei o meu grupo sanguíneo. É grave?
Não saber o grupo sanguíneo não é impedimento.
O meu tipo de sangue é necessário?
Todos os grupos de sangue são necessários, mesmo aqueles que são mais comuns. A raridade/necessidade depende da proporção de pessoas que doa e recebem o mesmo tipo (se pensar que o grupo mais comum é o A+, também é este grupo o mais necessário).
Fiz exames solicitados pelo médico de família. Posso doar?
Se realizou exames complementares de diagnóstico e aguarda os seus resultados, não deve dar sangue. Assim que tiver um diagnóstico e os resultados dos exames realizados pode dirigir-se a um local de colheita de sangue para ser esclarecido sobre a elegibilidade para a dádiva de sangue.
Recebi uma transfusão. Posso dar sangue?
- Se recebeu uma transfusão antes de 1980 pode continuar a fazê-lo.
- Se recebeu uma transfusão após 1980 não poderá fazê.lo.
A implementação deste critério de suspensão da dádiva de sangue surge na sequência do risco de transmissão de uma variante da Doença de Creutzfeldt-Jakob (vCJD), também designada por doença das vacas loucas.
Será a minha profissão de risco?
Apesar de muitas profissões estarem expostas a um certo grau de risco, o que importa considerar é a exposição ao risco infeccioso (trabalhar em enfermaria, matadouro, exposição acidental a doença, sangue ou fluidos, etc.).
Assim, e apesar das profissões terem um risco inerente, não são por si só impedimento para a dádiva de sangue. Mas pode, eventualmente, durante a triagem clínica, ser identificado pelo profissional de saúde qualquer circunstância de risco que a impeça.
Tenho hipertensão. Posso dar sangue?
A hipertensão é uma doença cardiovascular. É recomendável que no momento da dádiva de sangue os valores da tensão (pressão) arterial estejam compreendidos entre:
- Sistólica: igual ou superior a 100mmHg e igual ou inferior a 180mmHg.
- Diastólica: igual ou superior a 60mmHg e igual ou inferior a 100mmHg.
Assim, a tensão arterial elevada é um fator de risco para a doença cardiovascular e a existência de doença pode condicionar a resposta do coração à dádiva.
Quais as doenças cardíacas que o impedem de dar sangue?
- Aneurismas das grandes artérias cardíacas.
- Enfarte do miocárdio.
- Arritmias cardíacas.
- Cardiopatias graves.
- Insuficiência cardíaca.
- Malformações cardíacas congénitas.
- Trombose venosa profunda recorrente.
- Síndrome de Wolff Parkinson White.
Se tem diabetes, por exemplo, e os seus valores de glicemia estão normalizados, então pode doar!
Concluindo, cada vez mais é importante dar sangue, dado que os bancos têm sempre as suas reservas em baixo. Depois de confirmar que o pode fazer, deve fazê-lo. Estará a salvar vidas!
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