Bradicardia: quando o coração bate devagar
Já ouviu o termo bradicardia? Pode parecer um nome estranho, mas é muito fácil de perceber. Neste artigo explicamos-lhe tudo sobre esta doença do coração.

Tal como indica o título deste artigo, «bradicardia» significa que o coração está a bater devagar. «Bradi-» vem do grego «bradús». Exprime a ideia de «lentidão». «-cardia» é um sufixo usado para designar algo relacionado com o coração. Ou seja, a bradicardia é um tipo de arritmia (ritmo anormal) onde o ritmo do coração (frequência cardíaca) está mais lento do que o normal.
Um coração demasiado lento?
O coração é um músculo. Quando se contrai, bombeia o sangue no seu interior para os pulmões e para o resto do corpo. Num coração saudável, a contração é constante. Quando esta contração não ocorre ao ritmo normal, estamos na presença de uma arritmia. A arritmia pode ser um batimento demasiado rápido (taquicardia) ou demasiado lento (bradicardia).
Num adulto, normalmente qualifica-se como bradicardia quando os batimentos cardíacos em repouso são inferiores a 60 bpm (batimentos por minuto).
No entanto, a classificação «demasiado lento» depende muito da idade e da forma física. Os idosos são mais propensos a ter bradicardia. Também as pessoas fisicamente ativas, principalmente os atletas, tendem a ter uma frequência cardíaca em repouso inferior a 60 bpm. E normalmente, todos apresentamos um batimento cardíaco mais lento durante o sono.
Quais as causas da bradicardia?
As contrações do coração são controladas por correntes elétricas. O ritmo cardíaco (do coração) é determinado pela frequência com que o marca-passo (pacemaker) natural do coração (chamado nódulo sinusal ou nódulo sinoatrial) descarrega estas correntes elétricas. Por sua vez, esta frequência é estimulada pelos impulsos nervosos e por hormonas específicas na nossa corrente sanguínea. A bradicardia ocorre quando estas descargas elétricas abrandam ou são bloqueadas.
Isto pode dever-se a:
- problemas no nódulo sinoatrial (pacemaker natural do coração).
- complicações na condução elétrica do coração, que impedem a passagem dos impulsos que provocam o batimento cardíaco.
- problemas metabólicos como o hipotiroidismo (baixos níveis de hormonas da tiróide).
- danos no músculo do coração causados pela idade, por doenças cardiovasculares ou ataque cardíaco.
- síndromes cardíacos congénitos (de nascimento).
- infeção do músculo do coração (miocardite).
- desequilíbrios de cálcio ou potássio no sangue.
- apneia do sono.
- doenças inflamatórias, como o lúpus.
- efeitos secundários de alguns medicamentos para o coração.

Quais são os sintomas?
Por bater devagar, o coração não bombeia sangue em quantidade suficiente para os órgãos. O principal afetado é, normalmente, o cérebro. Daí que os sintomas da bradicardia possam incluir:
- fadiga ou sensação de fraqueza.
- tonturas.
- confusão ou problemas de memória.
- desmaios.
- falta de ar.
- dificuldades na prática de exercício físico.
- dores no peito.
- paragem cardíaca (em casos extremos).
Consulte rapidamente um médico se tiver algum destes sintomas. Assim poderá ser feita uma avaliação e diagnóstico, e proceder ao tratamento adequado.
Fatores de risco
- Idade – a bradicardia é mais frequente em idades mais avançadas.
- Fatores relacionados com as doenças cardiovasculares:
- Tensão alta.
- Tabagismo.
- Alcoolismo.
- Consumo de drogas pesadas.
- Stresse e ansiedade.
A bradicardia tem tratamento?
O melhor tratamento é sempre a prevenção! E a forma mais eficaz de prevenir a bradicardia é reduzir o risco de ter alguma doença cardiovascular (DCV). Para reduzir o risco de DCV:
- pratique exercício físico e uma alimentação equilibrada.
- mantenha um peso saudável.
- controle os valores de colesterol e pressão arterial.
- não fume.
- beba com moderação.
- não consuma drogas.
- controle o stresse e a ansiedade.
- faça consultas regulares para avaliar o seu estado de saúde.
Quando é leve ou ocasional, a bradicardia pode não necessitar de nenhum tratamento. Se causada por fatores relacionados com as doenças cardiovasculares é essencial cumprir o seu plano de tratamento. As alterações ao estilo de vida para controlo dos fatores de risco, também podem ajudar a reverter a bradicardia.
No caso de se dever a efeitos da medicação, o tratamento passa por um reajuste ou eliminação da mesma. Noutros casos, a colocação de um pacemaker pode ajustar o ritmo do coração. Fale sempre com o seu médico nesse sentido e nunca deixe de tomar a medicação sem o consultar a ele ou ao seu farmacêutico!
Para mais informação, junte-se à comunidade Cardio 365º!