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Esteja atento aos sinais de burnout

Sente-se tão cansado e esgotado que não lhe apetece fazer nada? E essa falta de energia já vem dos últimos tempos? Talvez esteja à beira de burnout.

Foi no início dos anos 70 que o psicólogo Herbert Freudenberg, nascido alemão, mas radicado nos Estados Unidos, descreveu pela primeira vez o quadro que viria a ser conhecido como burnout. Como um fósforo que vai queimando progressivamente até nada restar. A combustão (do fósforo e, simbolicamente, das energias do indivíduo) é alimentada do exterior – daí o termo burn out, que o uso transformou em burnout.

A importância de falar sobre o burnout

Stresse e mais stresse

 

A síndrome de burnout tem vindo a tornar-se mais comum: e a razão reside no ambiente competitivo da sociedade atual. E, se podia constituir um incentivo, a verdade é que, muitas vezes, tem o efeito oposto, ao ser acompanhada de um desgaste das relações interpessoais. O stresse profissional aumenta quando a pressão é desajustada, sendo acompanhada de uma certa instabilidade: assim é quando há alterações frequentes de horários, quando há sobrecarga de tarefas ou quando essas tarefas são desajustadas das funções. E a crise socioeconómica dos últimos anos veio acentuar este cenário, ao colocar muitos profissionais perante o fantasma do desemprego.

 

Gota a gota

 

Os especialistas descrevem 3 fases do burnout:

 

1. Esgotamento emocional e físico

A exaustão física e emocional vai-se instalando ao ritmo da incapacidade em dar resposta a todas as solicitações, em desempenhar todas as tarefas que são atribuídas. E não passa com repouso, abrindo caminho a manifestações de irritabilidade.

 

2. Desumanização da relação com o outro

Uma vez esgotados os recursos de adaptação, a pessoa assume que a culpa é sua e lida com essa frustração criando uma barreira face aos outros.

 

3. Sentimento de insucesso profissional

A frustração vem agora com falta de realização pessoal e profissional: a pessoa sente que já não faz, abrindo a porta à escusa de tarefas e ao absentismo, justificado ou não.

 

Os sinais são muitos

 

São de natureza distinta, mas importa estar atento:

 

  • Tristeza, apatia, desânimo, mágoa, fúria;
  • Dificuldades de atenção,concentração e memória;
  • Diminuição da autoestima, da confiança;
  • Batimentos cardíacos acelerados, fadiga, queixas musculares;
  • Irritabilidade e agressividade nas relações sociais;
  • Distúrbios do sono;
  • Desinteresse por atividades que antes proporcionavam prazer;
  • Desmotivação no trabalho;
  • Ausência de prazer nas férias;
  • Tendência para o isolamento;
  • Propensão para acidentes e comportamentos de risco.
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Estratégias para aprender a controlar o stresse

Antes que o fósforo queime até ao fim

 

Hoje sabe-se que o fenómeno não escolhe atividades profissionais. O que é importante é não desvalorizar os sintomas. E parar para agir, procurando ajuda.

 

O que fazer então?

 

Mais uma vez a palavra chave é prevenção, o que, neste caso, passa por estar atento aos sinais. E reagir:

 

  • Reorganizar o trabalho e estabelecer os limites do volume de trabalho que tem capacidade para gerir;
  • Investir no convívio com os amigos;
  • Dedicar tempo a atividades que dão prazer;
  • Fazer exercício físico para libertar o stresse acumulado;
  • Manter uma rotina de sono;
  • Fazer uma alimentação equilibrada.

 

Estas são recomendações igualmente válidas para quem já sofre as consequências do burnout, fazendo parte do tratamento. A esta abordagem psicossocial pode ser necessário juntar o tratamento farmacológico com medicamentos da família dos antidepressivos, que ajudam a recuperar a autoestima e a confiança perdidas.

 

O apoio de um profissional de saúde mental é útil, na medida em que constitui um terreno imparcial para que o doente partilhe a sua experiência e exponha os seus sentimentos, ganhando um maior conhecimento de si próprio.

 

No limite, pode implicar o afastamento temporário ou até definitivo da causa do stresse e o consequente investimento noutros interesses. A boa notícia, porém, é que é possível ultrapassar o burnout. E ganhar novo interesse pela profissão e pela vida.

Os números que espelham a realidade

  1. Um estudo realizado pelo Instituto de Psicologia Aplicada com uma amostra de 1262 médicos e quase 500 enfermeiros concluiu que 47,8% destes profissionais apresentavam níveis de burnout elevados.

 

  1. Um outro estudo da mesma instituição com cerca de 1000 professores mostrou que 30% estava em burnout.

 

  1. O esgotamento acontece, por norma, ao fim de 10 a 15 anos de carreira.

 

Por fim, junte-se à comunidade Cardio 365º!

Referências
  • Revista pH

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