Doenças cardiovasculares: 6 fatores de risco
A maioria das doenças cardiovasculares pode ser prevenida se os fatores de risco forem identificados e controlados. Mas sabia que 55% da população portuguesa entre os 18 e os 79 anos apresenta dois ou mais fatores de risco? Proteja-se!

O cálculo do risco cardiovascular dá-nos a probabilidade de uma pessoa vir a ter um problema cardiovascular no futuro. Antes de mais, importa esclarecer que o risco cardiovascular é dinâmico. Quer isto dizer que pode variar consoante haja modificações nos fatores de risco que determinam o risco cardiovascular. É, por isso, necessário que seja avaliado periodicamente.
O risco cardiovascular depende de fatores de risco que estão bem identificados e podem ser divididos entre fatores modificáveis com hábitos de vida saudáveis e fatores não modificáveis. Conhecê-los e saber como os podemos influenciar é o primeiro passo para prevenir as doenças cardiovasculares.
Quando falamos em fatores de risco não modificáveis falamos na idade, no género ou, por exemplo, no historial familiar de doença cardiovascular. Mas afinal, o que está em causa quando falamos em fatores de risco modificáveis?
- Colesterol elevado
- Tabagismo
- Diabetes
- Hipertensão arterial
- Obesidade
- Sedentarismo
Agora que já sabe quais são, fique a saber melhor os porquês.
1. Colesterol elevado
Quando há um excesso de colesterol LDL («mau colesterol»), este começa a depositar-se na parede das artérias, criando placas que podem bloquear o fluxo de sangue.
Os níveis de colesterol recomendados dependem do risco cardiovascular individual. Idealmente, o colesterol LDL deve ser o mais reduzido possível e o colesterol HDL («bom colesterol»).
Quais os níveis de colesterol recomendados?
Num indivíduo com risco cardiovascular considerado baixo, os níveis recomendados de colesterol são:
- Colesterol total: pelo menos abaixo de 190 mg/dL.
- Colesterol LDL («mau colesterol»): pelo menos abaixo de 115 mg/dL.
- Colesterol HDL («bom colesterol»): pelo menos acima de 45 mg/dL.
2. Tabagismo
Fumar lesa o revestimento interno das artérias, facilitando a formação de placas de aterosclerose e a ocorrência de espasmos nas artérias. Assim sendo, a cessação tabágica é importante devido ao seu impacto no risco cardiovascular, mas também na saúde de um modo geral. Seja em que altura e idade for, está sempre a tempo de deixar de fumar.
Quais são os benefícios de deixar de fumar?
- 20 minutos após apagar o último cigarro, a sua tensão arterial e o pulso começam a normalizar.
- 8 horas depois, a quantidade de oxigénio no seu sangue aumenta. Sintomas respiratórios como a tosse, expetoração, pieira e infeções pulmonares começam a esbater-se. Já os cabelos, a pele, as mãos e, principalmente, o hálito, vão ficar com um aspeto e cheiro mais saudáveis.
3. Diabetes
Um excesso de glicose («açúcar» essencial ao funcionamento das células) conduz a um envelhecimento prematuro e endurecimento das artérias, contribuindo para o desenvolvimento de aterosclerose. Por esta razão, os doentes diabéticos têm um risco aumentado de desenvolvimento de doenças cardiovasculares.
4. Hipertensão arterial
A tensão arterial é a força exercida pela corrente sanguínea nas paredes das artérias. Quando esta força é muito elevada, a parede das artérias perde elasticidade, tornando-se rígida. Esta situação obriga o coração a realizar um esforço superior ao seu normal funcionamento.

Quando se considera que uma pessoa seja hipertensa?
Considera-se hipertenso um indivíduo que apresente, de forma consistente, valores elevados de pressão arterial, nomeadamente: pressão sistólica (máxima) maior ou igual a 140 mmHg e/ou pressão diastólica (mínima) maior ou igual a 90mm Hg.
5. Obesidade
A acumulação de gorduras em excesso é responsável pelo aparecimento precoce de doenças cardiovasculares, tais como doença coronária e doenças do ritmo cardíaco.
Como é feito o diagnóstico de obesidade?
Calculando o Índice de Massa Corporal de um indivíduo. O IMC obtém-se dividindo o peso (em kg pelo quadrado da altura (em metros): IMC = kg/m2.
- IMC normal: entre 18,5 e 24,9 Kg/m2
- Excesso de peso: entre 25 e 30 Kg/m2
- Obesidade: superior ou igual a 30 Kg/m2
6. Sedentarismo
O sedentarismo está na base de uma série de complicações evitáveis através da prática regular de atividade física. Praticar exercício físico com intensidade moderada, regularmente, reduz o risco de doenças cardiovasculares.
Quais são os benefícios, para a saúde cardiovascular, da prática regular de atividade física?
O exercício físico, praticado regularmente, aumenta a esperança média de vida e reduz o risco de doenças cardiovasculares. A atividade física ajuda a prevenir e a controlar alguns fatores de risco como a hipertensão arterial, a obesidade, os níveis de colesterol, o stresse e o tabagismo.
Por fim, junte-se à comunidade Cardio 365º!
Kit do Cidadão, Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC)