Explicador: Riscos e tratamento da fibrilhação auricular
Como se faz o tratamento da fibrilhação auricular? E que riscos acarreta essa não intervenção? Hoje, o nosso Explicador debruça-se sobre o assunto.
Como se faz o tratamento da fibrilhação auricular? Quais os riscos de não o fazer atempadamente. E será que, antes de chegarmos aí, a podemos prevenir? O nosso explicador de hoje conta com a participação do Dr. Jorge Humberto Guardado, cardiologista responsável pela Unidade de Hemodinâmica e Direção Cardiovascular do Centro Hospitalar de Leiria. Bem como do Ucardio, Unidade Cardiovascular de Riachos.
Que riscos acarreta a fibrilhação auricular?
Já sabemos que a fibrilhação auricular é uma das arritmias cardíacas mais comuns. Mas talvez não tenhamos sempre presente que, se não for adequadamente avaliada e tratada, pode gerar complicações graves. A principal? O AVC.
O aumento do risco de acidente vascular cerebral (AVC) é notório: 20% de todos os AVC são provocados pela fibrilhação auricular! Ou seja, pela capacidade que tem de promover o aparecimento de coágulos dentro do coração. Que passam depois para a circulação e, claro, chegam ao cérebro.
Sintomas associados
Antes de gerar complicações graves, a fibrilhação auricular pode revelar sintomas. Palpitação, sensação de coração acelerado e irregular, etc. Outras vezes, no entanto, manifesta-se apenas por cansaço, falta de ar quando se faz mais esforço, pernas inchadas. Outras vezes ainda pode apresentar uma forma silenciosa. O que significa que passa despercebida.
O tratamento da fibrilhação auricular
Quando é então detetada, tem de ser tratada. O tratamento implica 2 tipos de abordagem distintas: 1) controlar a frequência cardíaca e 2) melhorar a anticoagulação oral.
1. Controlar a frequência cardíaca
No primeiro ponto, o médico vai tentar colocar o ritmo cardíaco numa frequência normal ou, pelo menos, num ritmo estável. Quando isso é mais complicado, pode-se recorrer a outros procedimentos como a ablação ou a eletrofisiologia.
2. Melhorar a anticoagulação oral
O ponto fulcral para conseguir que os doentes evitem o AVC, especialmente nas idades mais em risco como é o caso dos doentes com mais de 65 anos, com especial enfoque nos doentes com mais de 75, visto serem o grupo mais afetado. Outros fatores como a hipertensão arterial ou a diabetes são também muito relevantes.
Neste caso, o médico poderá receitar os chamados medicamentos anticoagulantes, nomeadamente novos fármacos, que conferem proteção contra hemorragias intercerebrais.
Quando os doentes não respondem ao tratamento farmacológico, o médico pode sempre optar por outro tipo de intervenção, como por exemplo a oclusão do apêndice auricular esquerdo.
O facto é que viver com fibrilhação auricular é possível com o acompanhamento e tratamentos adequados, desde que os factores de risco estejam a ser devidamente acompanhados por um especialista médico.
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